sexta-feira, 9 de agosto de 2013

saiba mais sobre o trafico de escravo


INTRODUÇÃO


Após passar séculos em estranho silêncio sobre a permanência da servidão e da escravidão, a intelectualidade ocidental, destacando-se os integrantes do iluminismo anglo-francês, passaram a denunciar o horror e a desumanidade da instituição servil. O século XVIII, justamente quando o tráfico negreiro foi mais intenso e lucrativo para os mercadores, conheceu ao revés uma crescente indignação moral contra a utilização da mão-de-obra cativa na vida produtiva das sociedades.

 A consequência direta disso foi o surgimento de sociedades filantrópicas e abolicionistas, tanto em Londres como em Paris, que fizeram intensa agitação em favor da abolição do tráfico e do fim dos grilhões que prendiam seres humanos, criando desde então um cenário favorável para que, especialmente após a Revolução francesa de 1789, a instituição servil se visse condenada para sempre.
 

DESENVOLVIMENTO



Ainda que a escravidão não fosse desconhecida na África, sendo que a compra venda de aprisionados era praticada há muito tempo entre os traficantes árabes e os sobas, régulos e outros chefes tribais africanos, foi com a descoberta da América no final do século XV que o tráfico negreiro atingiu dimensões de um grande negócio, vindo a se tornar um dos maiores do mundo de então, em sua primeira fase da globalização. Nos decênios seguintes à viagem de Colombo, centenas de feitorias portuguesas, holandesas e inglesas, foram instaladas nas saliências da África Ocidental – na Costa dos Escravos e no Golfo de Benin - para dedicarem-se exclusivamente ao translado da mão-de-obra africana apresada, transportando-a a ferros para as grandes plantações de açúcar, de tabaco, e para minas situadas no Novo Mundo. Os atraentes produtos coloniais, somados às incontáveis riquezas encontradas a toda hora no subsolo da América, produziram uma fome insaciável por braços africanos, absorvidos no Novo Mundo como se fora carvão humano para energizar a revolução econômica do mercantilismo europeu. Grande parte do intercambio mercantil entre a Europa, África e Américas (especialmente entre 1650 e 1850), o tristemente famoso "Comércio Triangular", foi tomado pelas naus dos negreiros que nada mais eram senão que masmorras flutuantes cruzando o oceano empurradas por grandes velas, em cujos porões agrilhoados iam os africanos aterrorizados pelo estalar das chibatas e pelos gritos dos capatazes.

OS PADECIMENTOS DO TRÁFICO

No período que vai de 1450 a 1850, calcula-se que de 12 a 15 milhões de Negros teriam sido conduzidos ferreteados em navios pelos modos mais desumanos possíveis até serem descarregados nos portos do Brasil, da América do Norte e das

Índias Ocidentais (estima-se que 20% deles morreram nas viagens devido às

Péssimas condições existentes a bordo).

Como testemunhou Alexander Falcolnbridge (An Account of the Slave Trade on the Coast of África, 1788), antes de embarcarem num negreiro e serem marcados com ferro-em-brasa, eles eram submetidos a um detalhado exame feito pelos compradores europeus que, por primeiro, avaliavam a idade do escravo, verificando em seguida o seu estado de saúde. Alertavam-se em perceber se ele estava afligido por qualquer enfermidade, deformado ou com os olhos ruins e os dentes estragados, mancando, mal dos joelhos, ou com as costas muito encurvadas. Se o pobre se apresentava sem condições para trabalhar, era rejeitado. Nada diferente, pois, do que o ritual que envolvia a compra de gado ou de cavalos. Eram, pois, as regras da zoologia as que imperavam no tráfico.

A bordo a situação deles era ainda pior. Espremidos em porões superlotados, insalubres e fétidos, sem as mínimas condições de higiene, eles viajam acorrentados uns aos outros pelas mãos e pelos pés até o seu destino final.

A maioria das mortes durante a longa travessia atlântica era provocada pela varíola e a disenteria, outros conseguiam de algum modo praticar o suicídio negando-se a comer fosse o que fosse e alguns simplesmente, acometidos pela nostalgia, se deixavam apagar de tristeza, era o chamado banzo.

Ainda assim, mesmo com um número significativo de perdas, os lucros eram extremamente atraentes: uma peça adquirida na costa da África por mais ou menos 25 dólares era revendida na América, um tanto depois, por 150 dólares, e às vezes bem mais. Por conseguinte, um magote de 500 ou 700 cativos levado por um veloz "negreiro" rendia algo como U$ 7.500 a U$10.500 de uma só vez, o que fez com que o tráfico de escravos fosse um dos mais atrativos empreendimentos aos olhos dos homens de negócio europeus. Não só deles, como de reis, bispos e outros grandes senhores também, que, apesar de seus rogos de fidelidade aos céus de Jesus e às santas igrejas, não refugaram em meter-se naquele “negócio do diabo”, sujo mas muito bem recompensado.

                                          ILUMINISMO E ESCRAVIDÃO

O ponto de partida intelectual deflagrador do Movimento Abolicionista na época das Luzes deu-se por meio de um capítulo de Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689-1755), intitulado da Escravidão dos Negros (L'Esprit de Lois, Livre XV, cap.6, 1748), no qual o renomado pensador ironiza, "com o pincel de Molière", como disse dele Voltaire, o fato do cristianismo dizer-se uma religião igualitária ao tempo em a sociedade de um modo geral convivia com o vergonhoso fato de que católicos e protestantes tivessem escravos ou auferissem lucros comandando o tráfico. Transatlântico. Havia uma enorme contradição, por igual, em muitos europeus estarem deslumbrados por viverem no século do Iluminismo, marcado por notáveis avanços tecnológicos (a máquina-a-vapor, o para-raios, o tear mecânico, etc..) ao tempo em que, a maioria deles, aceitava pacifica e acriticamente a exploração brutal dos negros nas colônias do ultramar.

Louis de Jaucourt (1704-1779), homem sábio, de múltiplos conhecimentos, encarregado do verbete "Tráfico de Negros" da edição de 1776, condenou-a com veemência, denunciando-a como uma aberta violação "da religião, das leis naturais, e de todos os direitos da natureza humana". Voltaire (1696-1778), por sua vez, no verbete "Escravidão" de 1764, afirmou ironicamente que bastava perguntar-se mesmo ao mais miserável dos reduzidos ao cativeiro, ao mais carcomido deles, se preferiam a liberdade ou não, para ter-se uma posição definitiva sobre o problema. A Razão, portanto, repudiou a continuidade da Escravidão, sendo que coube a ele a clarar para o mundo, como se fora um potente farolete, as condições bárbaras que imperavam nos porões dos negreiros e nas senzalas das lavouras americanas.

Alguns instrumentos legais podem minimizar a situação do racismo no Brasil. Segundo o Estatuto da Igualdade Racial, de autoria do senador Paulo Paim (PT/RS) e aprovado em novembro deste ano, o Brasil terá que praticar ações afirmativas, o que significa cotas para afrodescendentes na educação, no mercado de trabalho, nos meios de comunicação.

Se o Brasil não fizer nada, vai continuar botando culpa na escravidão, que já acabou há mais de 100 anos, e não pode mais ser usada como desculpa. Depois da escravidão, houve conivência do poder estatal com a discriminação racial. Então, o Estado que escravizou é o mesmo Estado que tem que fazer política de promoção da igualdade racial, salienta a deputada estadual Jurema Batista.

Na pesquisa Perfil Social das 500 Maiores Empresas, realizada pelo Instituto Ethos e pela Fundação Getúlio Vargas no ano de 2003, fica claro que a política de cotas deu resultados, no caso dos deficientes.

A manutenção de programa especial para contratação de pessoas com deficiência é a política afirmativa mais difundida e praticada por 32% das empresas. É provável que essa ampla adesão se deva não apenas à legislação existente para garantir a inclusão de pessoas com deficiência, mas, também, ou principalmente a uma mudança de mentalidade, com a crescente valorização da responsabilidade social, diz o relatório.

No caso dos negros, ainda é preciso que o indivíduo seja extremamente capacitado para ganhar uma disputa e, mesmo assim, os comentários contêm uma pitada de maldade.

O compositor e historiador Nei Lopes – que é também militante do movimento negro e aos 63 anos recebeu do presidente Lula e do Ministro da Cultura, no dia 8 de novembro, a Ordem do Mérito Cultural pelo conjunto de sua obra -, chama atenção para a nova estética que chegou ao cinema depois do filme Cidade de Deus: negro que vende, que dá bilheteria, é negro de atitude, ou seja, de revólver na mão.

E, na música, negro que vende milhões de cópias é só aquele que se alinha com a indústria pop transnacional – até mesmo fingindo que contesta o sistema, como é o caso dos rappers e hip-hoppers; samba, por exemplo, é coisa de preto velho e pobre, explica. Na sua 16ª obra, Kitábu, o livro do saber e do espírito negro-africanos, Nei faz uma espécie de breviário da filosofia e das religiões africanas e afro-originadas.

No caso das pessoas brancas, há um outro problema: muita desinformação. Nem todos são racistas. Há brancos racistas, os que são solidários à nossa luta, e os que são ignorantes a essa questão, uma vez tocados, até ficam do nosso lado, disse Jurema Batista. No caso negro também. Há negros que têm raiva de negro. Mas sempre explico que a educação que recebeu, não é para que se respeite.

Se não se respeita, não se aceita como negro, não vai aceitar o outro. Ninguém diz: ‘você é inferior’, apenas negam a sua cultura, a sua identidade e só te reconhecem como escravo. O único papel de relevância que nós somos reconhecidos na história brasileira é como escravos, complementa Ivanir dos Santos, secretário-executivo do CEAP (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas).

Ivanir é também responsável por um dos mais importantes projetos de valorização dos afro-descendentes: o Projeto Camélia da Liberdade. Algumas entidades foram homenageadas porque tiveram política de ação afirmativa. Não ano passado, ganharam cinco empresas:

ABN Banco, IBM, Du Pont, Camisaria Colombo e a PUC – pela Uneb – Universidade Estadual da Bahia. O projeto continua. Estamos concluindo agora seis cadernos, publicações sobre história de personalidades negras, além de contribuições em várias áreas.

Um concurso de redação sobre a contribuição do negro na sociedade e política de ação afirmativa, em 500 escolas públicas e particulares, será lançado em fevereiro.

No último dia 22 de novembro, Ivanir participou de uma marcha em Brasília pedindo a anistia do marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibata – que eclodiu em 22 de novembro de 1910 – e lutando também para que a Petrobras colocasse o nome dele em um de seus navios.

A Marinha resiste, nós sabemos. Mas não vamos abrir mão deste herói negro. Continuamos a luta, talvez ainda seja preciso mais 100 anos para que todos se acostumem a nos ver em condições de igualdade, concluiu Ivanir.

O racismo é a tendência do pensamento, ou o modo de pensar, em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras, normalmente relacionando características físicas hereditárias a determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade a alguns de acordo com a matriz racial.

A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade e ao complexo de inferioridade, se sentindo, muitos povos, como inferiores aos europeus.

Conclusão


O tráfico de escravo teve um caracter exclusivo e racista porque achavam que os europeus, os Asiático e os Ameríndios eram homens livres e não besta de carga, ao contrario dos africanos eram considerados besta de carga e não deviam ter liberdade, por isso deveriam ser considerado como os únicos escravos.

 

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