- 1. ERIKSON
- 2. Erikson -
BiografiaErikErikson nasceu a 15 de Julho de 1902, em Frankfurt , Alemanha
Filho de pais Dinamarqueses, mas abandonado à nascença pelo pai, foi
educado por TheodorHomburger, um pediatra Judaico-Alemão, que pensava ser
o seu verdadeiro pai.Em 1927, foi convidado a ser professor numa escola
que se distinguia pelo seu estilo muito progressivo.Erikson começou a
relacionar-se com a família Freud, com quem iniciou psicanálise e com quem
ganhou o gosto do estudo da infância. Em 1930 publicou o seu primeiro artigo
- 3. Erikson - BiografiaEm
1933, após completar a sua formação como psicanalista, foi eleito para o
instituto de psicanálise de Viena. Também em 1933 emigrou para os Estados
Unidos onde iniciou a prática da psicanálise infantil em Boston,
associando-se à faculdade de medicina de Harvard. Em 1938 deu inicio aos
seus primeiros estudos sobre as influências culturais no desenvolvimento
psicológico.Erikson faleceu em Maio de 1994
- 4. Teoria Psicossocial do
Desenvolvimento Na opinião de Erikson, a energia que orienta o
desenvolvimento é psicossocial. Defende uma perspectiva psicodinâmica que
valoriza a interacção entre o meio social e a personalidade.O
desenvolvimento evolui em oito idades, oito estádios psicossociais. Os
primeiros quatro estádios decorrem no período de bebé e da infância, e os
últimos três durante a idade adulta e a velhice.Eriksondá especial
importância ao período da adolescência, em que se verificam acontecimentos
relevantes para a personalidade adulta.
- 5. Teoria Psicossocial do
DesenvolvimentoCada estágio contribui para a formação da personalidade
total. Como cada criança tem um ritmo cronológico específico, não se deve
atribuir uma duração exacta a cada estádio. O núcleo de cada estádio é uma
crise básica, que existe não só durante aquela idade específica, mas
também nas posteriores a nível de consequências, tendo raízes prévias nas
anteriores. A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro
estádios, e o senso desta negociado na adolescência evolui e influencia os
últimos três estágios.
- 6. 1ª Idade: Confiança
versus Desconfiança (0 – 18 meses) Nesta idade a criança vai aprender o
que é ter ou não confiança, esta está muito relacionada com a relação
entre o bebé e a mãe. A confiança é demonstrada pelo bebé na capacidade de
dormir de forma pacífica, alimentar-se confortavelmente e de excretar de
forma relaxada. Devido à confiança do bebé e à familiaridade com mãe, que
adquire com situações de conforto por ela proporcionadas, atinge uma
realização social, que consiste na aceitação em que ela pode ausentar-se e
na certeza que ela voltará.
- 7. 1ª Idade: Confiança
versus Desconfiança(0 – 18 meses) O bebé ganha experiência no contacto com
os adultos, aprendendo a confiar e a depender deles, assim como a confiar
em si mesmo. A desconfiança é a parte negativa deste estágio, que é
equilibrada com a segurança proporcionada pela confiança.
- 8. 2ª Idade: Autonomia
versus Vergonha e Dúvida (18 meses – 3 anos) Durante este estádio a
criança vai aprender quais os seus privilégios, obrigações e limitações.
Há por ela, uma necessidade de auto-controle e de aceitação do controle
por parte das outras pessoas, desenvolvendo-se um senso de autonomia. O
versus negativo deste estádio é a vergonha e a dúvida quando perde o senso
de auto-controle, os pais contribuem neste processo ao usarem a vergonha
na repressão da teimosia. Vs
- 9. 3ª Idade: Iniciativa
versus Culpa(3 – 6 anos) Nesta fase a criança encontra-se nitidamente mais
avançada e mais organizada tanto a nível físico como mental. É a
capacidade de planejar as suas tarefas e metas a atingir que a define como
autónoma e por consequência a introduz nesta etapa. No entanto este
estádio define-se também como perigoso, pois a criança procura
exaustivamente e de uma forma entusiasta atingir as suas metas que
implicam fantasias genitais e o uso de meios agressivos a manipulativos
para alcançar a essas metas.
- 10. 4ª Idade: Indústria
versus Inferioridade(6 - 12 anos) Nesta fase a criança necessita controlar
a sua imaginação exuberante e dedicar a sua atenção à educação formal. Ela
não só desenvolve um senso de aplicação como aprende as recompensas da
perseverança e da diligência. O prazer de brincar, o interesse pelos seus
brinquedos são gradualmente desviados para interesses por algo mais
produtivo utilizando outro tipo de instrumentos para os seus trabalhos que
não são os seus brinquedos. Também neste estádio existe um perigo eminente
que se caracteriza pelo sentimento de inferioridade aquando da sua
incapacidade de dominância das tarefas que lhe são propostas pelos pais ou
professor.
- 11. 4ª Idade: Indústria
versus Inferioridade(6 - 12 anos) Ao longo deste estádio da indústria
desponta a virtude de competência, isto porque os estádios anteriores
proporcionaram uma visão, embora que não muito nítida, mas futura em
relação a algumas tarefas. Nesta fase ela sente-se pronta para conhecer e
utilizar os instrumentos e máquinas e métodos para desempenhar o trabalho
adulto, trabalho esse que implica responsabilidades como ir à escola,
fazer as tarefas de casa, aprender habilidades, de modo a evitar
sentimentos de inferioridade. «A competência, então, é o livre
exercício da destreza e da inteligência na conclusão de tarefas,
não-prejudicado pela inferioridade infantil». (Erikson,Apud ., Calvin S. Hall; LindzeyGardner; John B. Campbell,
2000: p.172)
- 12. 5ª Idade: Identidade
versus Difusão ou Confusão (12 – 18 anos) Esta 5ª idade localiza-se na
adolescência, puberdade, precisamente na idade em que na vertente
positiva, o adolescente vai adquirir uma identidade psicossocial, isto é,
compreende a sua singularidade, o seu papel no mundo.Neste estádio os
indivíduos estão recheados de novas potencialidades cognitivas, exploram e
ensaiam estatutos e papéis sociais, devido à sociedade fornecer este
espaço de experimentação ao adolescente. É neste âmbito que ressalta um
dos conceitos eriksonianos que ajuda a conferir tanta relevância a este
estágio, ou seja, a prorrogação psicossocial.
- 13. 5ª Idade: Identidade versus
Difusão ou Confusão (12 – 18 anos) Um grande número de adolescentes,
tem uma evolução incompleta por terem entrado excessivamente rápido na
vida adulta, sem um amadurecimento interior, que só poderia ter sido
facultado por uma boa vivência neste estádio e nos seus diferentes
aspectos.O versus negativo menciona os aspectos, sentimentos relacionados
à confusão/difusão de quem ainda não se descobriu a si próprio, e não sabe
o que pretende, tendo dificuldade em optar.
- 14. 6ª Idade: Intimidade
versus Isolamento(18 - 30 anos) É nesta idade dos 18/20 aos 30 e tal anos,
aqual o jovem almeja estabelecer relações de intimidade com os outros e
adquire a capacidade necessária para o amor íntimo. Este estádio
caracteriza-se pelo facto de pela primeira vez o indivíduo poder desfrutar
de uma genitalidade sexual verdadeira, mutuamente com o alvo do seu amor.
Tal situação deve-se à realidade de que o indivíduo nos estádios
anteriores limitava-se à procura da identidade sexual e a um anseio por
intimidades efémeras. É então a idade de jovem adulto que, com uma
identidade assumida, possibilita o estabelecer de relações de intimidade
com os outros, em que o amor é a virtude dominante do universo, pois
apesar de estar presente nos estádios anteriores, neste ganha nova textura.
A força do ego depende do parceiro com que está preparado para
compartilhar situações tão peculiares como a criação de um filho, a título
exemplificativo.
- 15. 6ª Idade: Intimidade
versus Isolamento(18 - 30 anos) Os indivíduos encaram a tarefa desenvolvimento
mental de construir relações com os outros numa comunicação profunda
expressa no amor e nas relações de amizade. A vertente negativa traduz-se
no isolamento de quem não consegue partilhar afectos com intimidade nas
relações privilegiadas.
- 16. 7ª Idade: Generatividade
versus Estagnação(30 - 60 anos) É um dos mais extensos estádios
psicossociais e resume-se no conflito entre educar, cuidar do futuro,
criar e preocupar-se exclusivamente com os seus interesses e necessidades.
A generatividade denota a possibilidade de se ser criativo e produtivo em
diversas áreas da vida. Bem mais do que educar e criar os filhos
representa uma preocupação com o contentamento das gerações seguintes, uma
descentração e expansão do Ego empenhado em converter o mundo num lugar
melhor para viver, como tal, a generatividade representa o desejo de
realizar algo que nos
sobreviva. Se o
desenvolvimento e descentração do Ego não ocorre, ou seja, se se dá o
fracasso na expansão da generatividade, o indivíduo pode estagnar, preocupar-se
quase unicamente com o seu bem-estar e a posse de bens materiais.
- 17. 8ª Idade: Integridade
versus Desespero(após os 65 anos) A última idade do desenvolvimento
psicossocial é marcada por um olhar retrospectivo, que faz com que, ao
aproximarmo-nos do final vida sentamos a necessidade de aquilatar o que
dela fizemos, revendo escolhas, realizações, opções e fracassos. A
integridade indica que o indivíduo considera positivo o seu percurso
vital, ou seja, toma consciência que a vida teve sentido e que foi feito o
melhor possível dadas as circunstâncias e as suas capacidades.
Reconcilia-se com a mágoa e a angústia, e encara a existência como algo
positivo. Se o avaliamento da existência é negativa, se sentimos que
desaproveitamos o nosso tempo e não concebemos quase nada, existe o desejo
de retroceder, de readquirir as oportunidades perdidas, de reformular
opções e escolhas. Ao conjecturar que é demasiado tarde, pode instalar-se
o desgosto, a angústia, o pânico da morte.
- 18. Fim
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Erikson e o desenvolvimento os seus estadios
maquimas simples, sua utilidade e importancia
INTRODUÇÃO
Ao longo da história, o homem procurou melhorar suas
condições de trabalho, principalmente no que se refere à redução de seu esforço
físico. Para isso, o homem utilizou, inicialmente, meios auxiliares que lhe permitissem
realizar trabalhos de modo mais fácil e com o menor gasto possível de sua energia
“força muscular”.
Uma máquina é considerada simples quando é constituída de uma só peça ou
seja por pequenos objetos ou instrumentos que facilitam a execução de diferentes
afazeres do dia-a-dia. Exemplo: um martelo, uma tesoura, uma alavanca, uma
roldana, um plano inclinado são exemplos de máquinas simples.
DESENVOLVIMENTO
Em toda máquina simples estão
associados três elementos: força potente ou potência (p) -toda força capaz de produzir
ou de acelerar o movimento. Produz trabalho motor. Força resistente ou
resistência (r) - é toda força capaz de se opor ao movimento. Produz trabalho
resistente. Um elemento de ligação entre potência e resistência, que pode ser
um ponto fixo, um eixo ou um plano.
IMPORTÂNCIA DE MÁQUINAS SIMPLES
As maquimas simples são importantes pois essas máquinas nos ajudam
muito na realização de determinadas tarefas e o domínio sobre a aplicação das
forças e a vantagem que teremos dependendo do arranjo da máquina permite que
tenhamos máquinas para a realização das mais variadas tarefas.
UTILIZAÇÃO DE MÁQUINAS SIMPLES
É imensa: além de serem usadas corriqueiramente como
máquinas simples, como uma alavanca, pinças, tesouras, alicates, roldanas,
plano inclinado, prensas de parafuso etc, elas são partes integrantes
essenciais de quase todas as máquinas complexas que usamos. No motor de um
carro, por exemplo, o sistema mecânico eixo de manivelas/bielas/pistão, tem
muita analogia, com um sarilho, uma modalidade de máquina simples. As peças que
abrem as válvulas de muitos modelos de motor de carros, são alavancas. A
transmissão da potência mecânica, produzida no motor do carro, caminhão,
ônibus, etc, às rodas, para possibilitar o movimento dos veículos, é feita pela
caixa de câmbio, que, seja manual ou automática, é composta por numerosas
engrenagens, uma modalidade de alavanca circular e assim por diante.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que as máquinas simples
foram criadas como mecanismos para apoiar o trabalho diário, não usa energia
elétrica, somente a força humano ou animal.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
saiba mais sobre o trafico de escravo
INTRODUÇÃO
Após passar séculos em estranho silêncio sobre a permanência da servidão e da escravidão, a intelectualidade ocidental, destacando-se os integrantes do iluminismo anglo-francês, passaram a denunciar o horror e a desumanidade da instituição servil. O século XVIII, justamente quando o tráfico negreiro foi mais intenso e lucrativo para os mercadores, conheceu ao revés uma crescente indignação moral contra a utilização da mão-de-obra cativa na vida produtiva das sociedades.
A consequência
direta disso foi o surgimento de sociedades filantrópicas e abolicionistas,
tanto em Londres como em Paris, que fizeram intensa agitação em favor da
abolição do tráfico e do fim dos grilhões que prendiam seres humanos, criando
desde então um cenário favorável para que, especialmente após a Revolução
francesa de 1789, a instituição servil se visse condenada para sempre.
DESENVOLVIMENTO
Ainda que a escravidão não fosse desconhecida na África, sendo que a compra venda de aprisionados era praticada há muito tempo entre os traficantes árabes e os sobas, régulos e outros chefes tribais africanos, foi com a descoberta da América no final do século XV que o tráfico negreiro atingiu dimensões de um grande negócio, vindo a se tornar um dos maiores do mundo de então, em sua primeira fase da globalização. Nos decênios seguintes à viagem de Colombo, centenas de feitorias portuguesas, holandesas e inglesas, foram instaladas nas saliências da África Ocidental – na Costa dos Escravos e no Golfo de Benin - para dedicarem-se exclusivamente ao translado da mão-de-obra africana apresada, transportando-a a ferros para as grandes plantações de açúcar, de tabaco, e para minas situadas no Novo Mundo. Os atraentes produtos coloniais, somados às incontáveis riquezas encontradas a toda hora no subsolo da América, produziram uma fome insaciável por braços africanos, absorvidos no Novo Mundo como se fora carvão humano para energizar a revolução econômica do mercantilismo europeu. Grande parte do intercambio mercantil entre a Europa, África e Américas (especialmente entre 1650 e 1850), o tristemente famoso "Comércio Triangular", foi tomado pelas naus dos negreiros que nada mais eram senão que masmorras flutuantes cruzando o oceano empurradas por grandes velas, em cujos porões agrilhoados iam os africanos aterrorizados pelo estalar das chibatas e pelos gritos dos capatazes.
OS PADECIMENTOS DO TRÁFICO
No período
que vai de 1450 a 1850, calcula-se que de 12 a 15 milhões de Negros teriam sido
conduzidos ferreteados em navios pelos modos mais desumanos possíveis até serem
descarregados nos portos do Brasil, da América do Norte e das
Índias
Ocidentais (estima-se que 20% deles morreram nas viagens devido às
Péssimas
condições existentes a bordo).
Como testemunhou Alexander Falcolnbridge (An Account of the Slave Trade on the Coast of África, 1788), antes de embarcarem num negreiro e serem marcados com ferro-em-brasa, eles eram submetidos a um detalhado exame feito pelos compradores europeus que, por primeiro, avaliavam a idade do escravo, verificando em seguida o seu estado de saúde. Alertavam-se em perceber se ele estava afligido por qualquer enfermidade, deformado ou com os olhos ruins e os dentes estragados, mancando, mal dos joelhos, ou com as costas muito encurvadas. Se o pobre se apresentava sem condições para trabalhar, era rejeitado. Nada diferente, pois, do que o ritual que envolvia a compra de gado ou de cavalos. Eram, pois, as regras da zoologia as que imperavam no tráfico.
A bordo a situação deles era ainda pior. Espremidos em porões superlotados, insalubres e fétidos, sem as mínimas condições de higiene, eles viajam acorrentados uns aos outros pelas mãos e pelos pés até o seu destino final.
Como testemunhou Alexander Falcolnbridge (An Account of the Slave Trade on the Coast of África, 1788), antes de embarcarem num negreiro e serem marcados com ferro-em-brasa, eles eram submetidos a um detalhado exame feito pelos compradores europeus que, por primeiro, avaliavam a idade do escravo, verificando em seguida o seu estado de saúde. Alertavam-se em perceber se ele estava afligido por qualquer enfermidade, deformado ou com os olhos ruins e os dentes estragados, mancando, mal dos joelhos, ou com as costas muito encurvadas. Se o pobre se apresentava sem condições para trabalhar, era rejeitado. Nada diferente, pois, do que o ritual que envolvia a compra de gado ou de cavalos. Eram, pois, as regras da zoologia as que imperavam no tráfico.
A bordo a situação deles era ainda pior. Espremidos em porões superlotados, insalubres e fétidos, sem as mínimas condições de higiene, eles viajam acorrentados uns aos outros pelas mãos e pelos pés até o seu destino final.
A maioria
das mortes durante a longa travessia atlântica era provocada pela varíola e a
disenteria, outros conseguiam de algum modo praticar o suicídio negando-se a
comer fosse o que fosse e alguns simplesmente, acometidos pela nostalgia, se
deixavam apagar de tristeza, era o chamado banzo.
Ainda assim, mesmo com um número significativo de perdas, os lucros eram extremamente atraentes: uma peça adquirida na costa da África por mais ou menos 25 dólares era revendida na América, um tanto depois, por 150 dólares, e às vezes bem mais. Por conseguinte, um magote de 500 ou 700 cativos levado por um veloz "negreiro" rendia algo como U$ 7.500 a U$10.500 de uma só vez, o que fez com que o tráfico de escravos fosse um dos mais atrativos empreendimentos aos olhos dos homens de negócio europeus. Não só deles, como de reis, bispos e outros grandes senhores também, que, apesar de seus rogos de fidelidade aos céus de Jesus e às santas igrejas, não refugaram em meter-se naquele “negócio do diabo”, sujo mas muito bem recompensado.
ILUMINISMO E ESCRAVIDÃO
O ponto de partida intelectual deflagrador do Movimento Abolicionista na época das Luzes deu-se por meio de um capítulo de Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689-1755), intitulado da Escravidão dos Negros (L'Esprit de Lois, Livre XV, cap.6, 1748), no qual o renomado pensador ironiza, "com o pincel de Molière", como disse dele Voltaire, o fato do cristianismo dizer-se uma religião igualitária ao tempo em a sociedade de um modo geral convivia com o vergonhoso fato de que católicos e protestantes tivessem escravos ou auferissem lucros comandando o tráfico. Transatlântico. Havia uma enorme contradição, por igual, em muitos europeus estarem deslumbrados por viverem no século do Iluminismo, marcado por notáveis avanços tecnológicos (a máquina-a-vapor, o para-raios, o tear mecânico, etc..) ao tempo em que, a maioria deles, aceitava pacifica e acriticamente a exploração brutal dos negros nas colônias do ultramar.
Louis de Jaucourt (1704-1779), homem sábio, de múltiplos conhecimentos, encarregado do verbete "Tráfico de Negros" da edição de 1776, condenou-a com veemência, denunciando-a como uma aberta violação "da religião, das leis naturais, e de todos os direitos da natureza humana". Voltaire (1696-1778), por sua vez, no verbete "Escravidão" de 1764, afirmou ironicamente que bastava perguntar-se mesmo ao mais miserável dos reduzidos ao cativeiro, ao mais carcomido deles, se preferiam a liberdade ou não, para ter-se uma posição definitiva sobre o problema. A Razão, portanto, repudiou a continuidade da Escravidão, sendo que coube a ele a clarar para o mundo, como se fora um potente farolete, as condições bárbaras que imperavam nos porões dos negreiros e nas senzalas das lavouras americanas.
Ainda assim, mesmo com um número significativo de perdas, os lucros eram extremamente atraentes: uma peça adquirida na costa da África por mais ou menos 25 dólares era revendida na América, um tanto depois, por 150 dólares, e às vezes bem mais. Por conseguinte, um magote de 500 ou 700 cativos levado por um veloz "negreiro" rendia algo como U$ 7.500 a U$10.500 de uma só vez, o que fez com que o tráfico de escravos fosse um dos mais atrativos empreendimentos aos olhos dos homens de negócio europeus. Não só deles, como de reis, bispos e outros grandes senhores também, que, apesar de seus rogos de fidelidade aos céus de Jesus e às santas igrejas, não refugaram em meter-se naquele “negócio do diabo”, sujo mas muito bem recompensado.
ILUMINISMO E ESCRAVIDÃO
O ponto de partida intelectual deflagrador do Movimento Abolicionista na época das Luzes deu-se por meio de um capítulo de Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689-1755), intitulado da Escravidão dos Negros (L'Esprit de Lois, Livre XV, cap.6, 1748), no qual o renomado pensador ironiza, "com o pincel de Molière", como disse dele Voltaire, o fato do cristianismo dizer-se uma religião igualitária ao tempo em a sociedade de um modo geral convivia com o vergonhoso fato de que católicos e protestantes tivessem escravos ou auferissem lucros comandando o tráfico. Transatlântico. Havia uma enorme contradição, por igual, em muitos europeus estarem deslumbrados por viverem no século do Iluminismo, marcado por notáveis avanços tecnológicos (a máquina-a-vapor, o para-raios, o tear mecânico, etc..) ao tempo em que, a maioria deles, aceitava pacifica e acriticamente a exploração brutal dos negros nas colônias do ultramar.
Louis de Jaucourt (1704-1779), homem sábio, de múltiplos conhecimentos, encarregado do verbete "Tráfico de Negros" da edição de 1776, condenou-a com veemência, denunciando-a como uma aberta violação "da religião, das leis naturais, e de todos os direitos da natureza humana". Voltaire (1696-1778), por sua vez, no verbete "Escravidão" de 1764, afirmou ironicamente que bastava perguntar-se mesmo ao mais miserável dos reduzidos ao cativeiro, ao mais carcomido deles, se preferiam a liberdade ou não, para ter-se uma posição definitiva sobre o problema. A Razão, portanto, repudiou a continuidade da Escravidão, sendo que coube a ele a clarar para o mundo, como se fora um potente farolete, as condições bárbaras que imperavam nos porões dos negreiros e nas senzalas das lavouras americanas.
Alguns instrumentos legais podem
minimizar a situação do racismo no Brasil. Segundo o Estatuto da Igualdade
Racial, de autoria do senador Paulo Paim (PT/RS) e aprovado em novembro deste
ano, o Brasil terá que praticar ações afirmativas, o que significa cotas para afrodescendentes
na educação, no mercado de trabalho, nos meios de comunicação.
Se o Brasil não fizer nada, vai
continuar botando culpa na escravidão, que já acabou há mais de 100 anos, e não
pode mais ser usada como desculpa. Depois da escravidão, houve conivência do
poder estatal com a discriminação racial. Então, o Estado que escravizou é o
mesmo Estado que tem que fazer política de promoção da igualdade racial,
salienta a deputada estadual Jurema Batista.
Na pesquisa Perfil Social das
500 Maiores Empresas, realizada pelo Instituto Ethos e pela Fundação Getúlio
Vargas no ano de 2003, fica claro que a política de cotas deu resultados, no
caso dos deficientes.
A manutenção de programa
especial para contratação de pessoas com deficiência é a política afirmativa
mais difundida e praticada por 32% das empresas. É provável que essa ampla
adesão se deva não apenas à legislação existente para garantir a inclusão de
pessoas com deficiência, mas, também, ou principalmente a uma mudança de
mentalidade, com a crescente valorização da responsabilidade social, diz o
relatório.
No caso dos negros, ainda é
preciso que o indivíduo seja extremamente capacitado para ganhar uma disputa e,
mesmo assim, os comentários contêm uma pitada de maldade.
O compositor e historiador Nei
Lopes – que é também militante do movimento negro e aos 63 anos recebeu do
presidente Lula e do Ministro da Cultura, no dia 8 de novembro, a Ordem do
Mérito Cultural pelo conjunto de sua obra -, chama atenção para a nova estética
que chegou ao cinema depois do filme Cidade de Deus: negro que vende, que dá
bilheteria, é negro de atitude, ou seja, de revólver na mão.
E, na música, negro que vende
milhões de cópias é só aquele que se alinha com a indústria pop transnacional –
até mesmo fingindo que contesta o sistema, como é o caso dos rappers e
hip-hoppers; samba, por exemplo, é coisa de preto velho e pobre, explica. Na
sua 16ª obra, Kitábu, o livro do saber e do espírito negro-africanos, Nei faz
uma espécie de breviário da filosofia e das religiões africanas e
afro-originadas.
No caso das pessoas brancas, há
um outro problema: muita desinformação. Nem todos são racistas. Há brancos
racistas, os que são solidários à nossa luta, e os que são ignorantes a essa
questão, uma vez tocados, até ficam do nosso lado, disse Jurema Batista. No
caso negro também. Há negros que têm raiva de negro. Mas sempre explico que a
educação que recebeu, não é para que se respeite.
Se não se respeita, não se
aceita como negro, não vai aceitar o outro. Ninguém diz: ‘você é inferior’,
apenas negam a sua cultura, a sua identidade e só te reconhecem como escravo. O
único papel de relevância que nós somos reconhecidos na história brasileira é
como escravos, complementa Ivanir dos Santos, secretário-executivo do CEAP
(Centro de Articulação de Populações Marginalizadas).
Ivanir é também responsável por
um dos mais importantes projetos de valorização dos afro-descendentes: o
Projeto Camélia da Liberdade. Algumas entidades foram homenageadas porque
tiveram política de ação afirmativa. Não ano passado, ganharam cinco empresas:
ABN Banco, IBM, Du Pont,
Camisaria Colombo e a PUC – pela Uneb – Universidade Estadual da Bahia. O
projeto continua. Estamos concluindo agora seis cadernos, publicações sobre
história de personalidades negras, além de contribuições em várias áreas.
Um concurso de redação sobre a
contribuição do negro na sociedade e política de ação afirmativa, em 500
escolas públicas e particulares, será lançado em fevereiro.
No último dia 22 de novembro,
Ivanir participou de uma marcha em Brasília pedindo a anistia do marinheiro
João Cândido, líder da Revolta da Chibata – que eclodiu em 22 de novembro de
1910 – e lutando também para que a Petrobras colocasse o nome dele em um de
seus navios.
A Marinha resiste, nós sabemos.
Mas não vamos abrir mão deste herói negro. Continuamos a luta, talvez ainda
seja preciso mais 100 anos para que todos se acostumem a nos ver em condições
de igualdade, concluiu Ivanir.
O racismo é a tendência do pensamento, ou o modo de pensar, em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras, normalmente relacionando características físicas hereditárias a determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade a alguns de acordo com a matriz racial.
A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade e ao complexo de inferioridade, se sentindo, muitos povos, como inferiores aos europeus.
Conclusão
O tráfico de escravo teve um caracter exclusivo e racista
porque achavam que os europeus, os Asiático e os Ameríndios eram homens livres
e não besta de carga, ao contrario dos africanos eram considerados besta de
carga e não deviam ter liberdade, por isso deveriam ser considerado como os
únicos escravos.
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