segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Erikson e o desenvolvimento os seus estadios


  • 1. ERIKSON
  • 2. Erikson - BiografiaErikErikson nasceu a 15 de Julho de 1902, em Frankfurt , Alemanha Filho de pais Dinamarqueses, mas abandonado à nascença pelo pai, foi educado por TheodorHomburger, um pediatra Judaico-Alemão, que pensava ser o seu verdadeiro pai.Em 1927, foi convidado a ser professor numa escola que se distinguia pelo seu estilo muito progressivo.Erikson começou a relacionar-se com a família Freud, com quem iniciou psicanálise e com quem ganhou o gosto do estudo da infância. Em 1930 publicou o seu primeiro artigo
  • 3. Erikson - BiografiaEm 1933, após completar a sua formação como psicanalista, foi eleito para o instituto de psicanálise de Viena. Também em 1933 emigrou para os Estados Unidos onde iniciou a prática da psicanálise infantil em Boston, associando-se à faculdade de medicina de Harvard. Em 1938 deu inicio aos seus primeiros estudos sobre as influências culturais no desenvolvimento psicológico.Erikson faleceu em Maio de 1994
  • 4. Teoria Psicossocial do Desenvolvimento Na opinião de Erikson, a energia que orienta o desenvolvimento é psicossocial. Defende uma perspectiva psicodinâmica que valoriza a interacção entre o meio social e a personalidade.O desenvolvimento evolui em oito idades, oito estádios psicossociais. Os primeiros quatro estádios decorrem no período de bebé e da infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice.Eriksondá especial importância ao período da adolescência, em que se verificam acontecimentos relevantes para a personalidade adulta.
  • 5. Teoria Psicossocial do DesenvolvimentoCada estágio contribui para a formação da personalidade total. Como cada criança tem um ritmo cronológico específico, não se deve atribuir uma duração exacta a cada estádio. O núcleo de cada estádio é uma crise básica, que existe não só durante aquela idade específica, mas também nas posteriores a nível de consequências, tendo raízes prévias nas anteriores. A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estádios, e o senso desta negociado na adolescência evolui e influencia os últimos três estágios.
  • 6. 1ª Idade: Confiança versus Desconfiança (0 – 18 meses) Nesta idade a criança vai aprender o que é ter ou não confiança, esta está muito relacionada com a relação entre o bebé e a mãe. A confiança é demonstrada pelo bebé na capacidade de dormir de forma pacífica, alimentar-se confortavelmente e de excretar de forma relaxada. Devido à confiança do bebé e à familiaridade com mãe, que adquire com situações de conforto por ela proporcionadas, atinge uma realização social, que consiste na aceitação em que ela pode ausentar-se e na certeza que ela voltará.
  • 7. 1ª Idade: Confiança versus Desconfiança(0 – 18 meses) O bebé ganha experiência no contacto com os adultos, aprendendo a confiar e a depender deles, assim como a confiar em si mesmo. A desconfiança é a parte negativa deste estágio, que é equilibrada com a segurança proporcionada pela confiança.
  • 8. 2ª Idade: Autonomia versus Vergonha e Dúvida (18 meses – 3 anos) Durante este estádio a criança vai aprender quais os seus privilégios, obrigações e limitações. Há por ela, uma necessidade de auto-controle e de aceitação do controle por parte das outras pessoas, desenvolvendo-se um senso de autonomia. O versus negativo deste estádio é a vergonha e a dúvida quando perde o senso de auto-controle, os pais contribuem neste processo ao usarem a vergonha na repressão da teimosia.  Vs
  • 9. 3ª Idade: Iniciativa versus Culpa(3 – 6 anos) Nesta fase a criança encontra-se nitidamente mais avançada e mais organizada tanto a nível físico como mental. É a capacidade de planejar as suas tarefas e metas a atingir que a define como autónoma e por consequência a introduz nesta etapa. No entanto este estádio define-se também como perigoso, pois a criança procura exaustivamente e de uma forma entusiasta atingir as suas metas que implicam fantasias genitais e o uso de meios agressivos a manipulativos para alcançar a essas metas. 
  • 10. 4ª Idade: Indústria versus Inferioridade(6 - 12 anos) Nesta fase a criança necessita controlar a sua imaginação exuberante e dedicar a sua atenção à educação formal. Ela não só desenvolve um senso de aplicação como aprende as recompensas da perseverança e da diligência. O prazer de brincar, o interesse pelos seus brinquedos são gradualmente desviados para interesses por algo mais produtivo utilizando outro tipo de instrumentos para os seus trabalhos que não são os seus brinquedos. Também neste estádio existe um perigo eminente que se caracteriza pelo sentimento de inferioridade aquando da sua incapacidade de dominância das tarefas que lhe são propostas pelos pais ou professor. 
  • 11. 4ª Idade: Indústria versus Inferioridade(6 - 12 anos) Ao longo deste estádio da indústria desponta a virtude de competência, isto porque os estádios anteriores proporcionaram uma visão, embora que não muito nítida, mas futura em relação a algumas tarefas. Nesta fase ela sente-se pronta para conhecer e utilizar os instrumentos e máquinas e métodos para desempenhar o trabalho adulto, trabalho esse que implica responsabilidades como ir à escola, fazer as tarefas de casa, aprender habilidades, de modo a evitar sentimentos de inferioridade. «A competência, então, é o livre exercício da destreza e da inteligência na conclusão de tarefas, não-prejudicado pela inferioridade infantil». (Erikson,Apud ., Calvin S. Hall; LindzeyGardner; John B. Campbell, 2000: p.172)
  • 12. 5ª Idade: Identidade versus Difusão ou Confusão (12 – 18 anos) Esta 5ª idade localiza-se na adolescência, puberdade, precisamente na idade em que na vertente positiva, o adolescente vai adquirir uma identidade psicossocial, isto é, compreende a sua singularidade, o seu papel no mundo.Neste estádio os indivíduos estão recheados de novas potencialidades cognitivas, exploram e ensaiam estatutos e papéis sociais, devido à sociedade fornecer este espaço de experimentação ao adolescente. É neste âmbito que ressalta um dos conceitos eriksonianos que ajuda a conferir tanta relevância a este estágio, ou seja, a prorrogação psicossocial.  
  • 13. 5ª Idade: Identidade versus Difusão ou Confusão (12 – 18 anos)  Um grande número de adolescentes, tem uma evolução incompleta por terem entrado excessivamente rápido na vida adulta, sem um amadurecimento interior, que só poderia ter sido facultado por uma boa vivência neste estádio e nos seus diferentes aspectos.O versus negativo menciona os aspectos, sentimentos relacionados à confusão/difusão de quem ainda não se descobriu a si próprio, e não sabe o que pretende, tendo dificuldade em optar.
  • 14. 6ª Idade: Intimidade versus Isolamento(18 - 30 anos) É nesta idade dos 18/20 aos 30 e tal anos, aqual o jovem almeja estabelecer relações de intimidade com os outros e adquire a capacidade necessária para o amor íntimo. Este estádio caracteriza-se pelo facto de pela primeira vez o indivíduo poder desfrutar de uma genitalidade sexual verdadeira, mutuamente com o alvo do seu amor. Tal situação deve-se à realidade de que o indivíduo nos estádios anteriores limitava-se à procura da identidade sexual e a um anseio por intimidades efémeras. É então a idade de jovem adulto que, com uma identidade assumida, possibilita o estabelecer de relações de intimidade com os outros, em que o amor é a virtude dominante do universo, pois apesar de estar presente nos estádios anteriores, neste ganha nova textura. A força do ego depende do parceiro com que está preparado para compartilhar situações tão peculiares como a criação de um filho, a título exemplificativo.
  • 15. 6ª Idade: Intimidade versus Isolamento(18 - 30 anos) Os indivíduos encaram a tarefa desenvolvimento mental de construir relações com os outros numa comunicação profunda expressa no amor e nas relações de amizade. A vertente negativa traduz-se no isolamento de quem não consegue partilhar afectos com intimidade nas relações privilegiadas. 
  • 16. 7ª Idade: Generatividade versus Estagnação(30 - 60 anos) É um dos mais extensos estádios psicossociais e resume-se no conflito entre educar, cuidar do futuro, criar e preocupar-se exclusivamente com os seus interesses e necessidades. A generatividade denota a possibilidade de se ser criativo e produtivo em diversas áreas da vida. Bem mais do que educar e criar os filhos representa uma preocupação com o contentamento das gerações seguintes, uma descentração e expansão do Ego empenhado em converter o mundo num lugar melhor para viver, como tal, a generatividade representa o desejo de realizar algo que nos sobreviva.         Se o desenvolvimento e descentração do Ego não ocorre, ou seja, se se dá o fracasso na expansão da generatividade, o indivíduo pode estagnar, preocupar-se quase unicamente com o seu bem-estar e a posse de bens materiais. 
  • 17. 8ª Idade: Integridade versus Desespero(após os 65 anos)  A última idade do desenvolvimento psicossocial é marcada por um olhar retrospectivo, que faz com que, ao aproximarmo-nos do final vida sentamos a necessidade de aquilatar o que dela fizemos, revendo escolhas, realizações, opções e fracassos. A integridade indica que o indivíduo considera positivo o seu percurso vital, ou seja, toma consciência que a vida teve sentido e que foi feito o melhor possível dadas as circunstâncias e as suas capacidades. Reconcilia-se com a mágoa e a angústia, e encara a existência como algo positivo. Se o avaliamento da existência é negativa, se sentimos que desaproveitamos o nosso tempo e não concebemos quase nada, existe o desejo de retroceder, de readquirir as oportunidades perdidas, de reformular opções e escolhas. Ao conjecturar que é demasiado tarde, pode instalar-se o desgosto, a angústia, o pânico da morte.
  • 18. Fim 

 

maquimas simples, sua utilidade e importancia


INTRODUÇÃO

Ao longo da história, o homem procurou melhorar suas condições de trabalho, principalmente no que se refere à redução de seu esforço físico. Para isso, o homem utilizou, inicialmente, meios auxiliares que lhe permitissem realizar trabalhos de modo mais fácil e com o menor gasto possível de sua energia “força muscular”.

Uma máquina é considerada simples quando é constituída de uma só peça ou seja  por pequenos objetos ou instrumentos que facilitam a execução de diferentes afazeres do dia-a-dia. Exemplo: um martelo, uma tesoura, uma alavanca, uma roldana, um plano inclinado são exemplos de máquinas simples.

 

DESENVOLVIMENTO

 Em toda máquina simples estão associados três elementos: força potente ou potência (p) -toda força capaz de produzir ou de acelerar o movimento. Produz trabalho motor. Força resistente ou resistência (r) - é toda força capaz de se opor ao movimento. Produz trabalho resistente. Um elemento de ligação entre potência e resistência, que pode ser um ponto fixo, um eixo ou um plano.


IMPORTÂNCIA DE MÁQUINAS SIMPLES

As maquimas simples são  importantes pois essas máquinas nos ajudam muito na realização de determinadas tarefas e o domínio sobre a aplicação das forças e a vantagem que teremos dependendo do arranjo da máquina permite que tenhamos máquinas para a realização das mais variadas tarefas.

 

UTILIZAÇÃO DE MÁQUINAS SIMPLES

É imensa: além de serem usadas corriqueiramente como máquinas simples, como uma alavanca, pinças, tesouras, alicates, roldanas, plano inclinado, prensas de parafuso etc, elas são partes integrantes essenciais de quase todas as máquinas complexas que usamos. No motor de um carro, por exemplo, o sistema mecânico eixo de manivelas/bielas/pistão, tem muita analogia, com um sarilho, uma modalidade de máquina simples. As peças que abrem as válvulas de muitos modelos de motor de carros, são alavancas. A transmissão da potência mecânica, produzida no motor do carro, caminhão, ônibus, etc, às rodas, para possibilitar o movimento dos veículos, é feita pela caixa de câmbio, que, seja manual ou automática, é composta por numerosas engrenagens, uma modalidade de alavanca circular e assim por diante.

 

CONCLUSÃO

Podemos concluir que as máquinas simples foram criadas como mecanismos para apoiar o trabalho diário, não usa energia elétrica, somente a força humano ou animal.

 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Mitcha

venha Deus vai te abencoar...

saiba mais sobre o trafico de escravo


INTRODUÇÃO


Após passar séculos em estranho silêncio sobre a permanência da servidão e da escravidão, a intelectualidade ocidental, destacando-se os integrantes do iluminismo anglo-francês, passaram a denunciar o horror e a desumanidade da instituição servil. O século XVIII, justamente quando o tráfico negreiro foi mais intenso e lucrativo para os mercadores, conheceu ao revés uma crescente indignação moral contra a utilização da mão-de-obra cativa na vida produtiva das sociedades.

 A consequência direta disso foi o surgimento de sociedades filantrópicas e abolicionistas, tanto em Londres como em Paris, que fizeram intensa agitação em favor da abolição do tráfico e do fim dos grilhões que prendiam seres humanos, criando desde então um cenário favorável para que, especialmente após a Revolução francesa de 1789, a instituição servil se visse condenada para sempre.
 

DESENVOLVIMENTO



Ainda que a escravidão não fosse desconhecida na África, sendo que a compra venda de aprisionados era praticada há muito tempo entre os traficantes árabes e os sobas, régulos e outros chefes tribais africanos, foi com a descoberta da América no final do século XV que o tráfico negreiro atingiu dimensões de um grande negócio, vindo a se tornar um dos maiores do mundo de então, em sua primeira fase da globalização. Nos decênios seguintes à viagem de Colombo, centenas de feitorias portuguesas, holandesas e inglesas, foram instaladas nas saliências da África Ocidental – na Costa dos Escravos e no Golfo de Benin - para dedicarem-se exclusivamente ao translado da mão-de-obra africana apresada, transportando-a a ferros para as grandes plantações de açúcar, de tabaco, e para minas situadas no Novo Mundo. Os atraentes produtos coloniais, somados às incontáveis riquezas encontradas a toda hora no subsolo da América, produziram uma fome insaciável por braços africanos, absorvidos no Novo Mundo como se fora carvão humano para energizar a revolução econômica do mercantilismo europeu. Grande parte do intercambio mercantil entre a Europa, África e Américas (especialmente entre 1650 e 1850), o tristemente famoso "Comércio Triangular", foi tomado pelas naus dos negreiros que nada mais eram senão que masmorras flutuantes cruzando o oceano empurradas por grandes velas, em cujos porões agrilhoados iam os africanos aterrorizados pelo estalar das chibatas e pelos gritos dos capatazes.

OS PADECIMENTOS DO TRÁFICO

No período que vai de 1450 a 1850, calcula-se que de 12 a 15 milhões de Negros teriam sido conduzidos ferreteados em navios pelos modos mais desumanos possíveis até serem descarregados nos portos do Brasil, da América do Norte e das

Índias Ocidentais (estima-se que 20% deles morreram nas viagens devido às

Péssimas condições existentes a bordo).

Como testemunhou Alexander Falcolnbridge (An Account of the Slave Trade on the Coast of África, 1788), antes de embarcarem num negreiro e serem marcados com ferro-em-brasa, eles eram submetidos a um detalhado exame feito pelos compradores europeus que, por primeiro, avaliavam a idade do escravo, verificando em seguida o seu estado de saúde. Alertavam-se em perceber se ele estava afligido por qualquer enfermidade, deformado ou com os olhos ruins e os dentes estragados, mancando, mal dos joelhos, ou com as costas muito encurvadas. Se o pobre se apresentava sem condições para trabalhar, era rejeitado. Nada diferente, pois, do que o ritual que envolvia a compra de gado ou de cavalos. Eram, pois, as regras da zoologia as que imperavam no tráfico.

A bordo a situação deles era ainda pior. Espremidos em porões superlotados, insalubres e fétidos, sem as mínimas condições de higiene, eles viajam acorrentados uns aos outros pelas mãos e pelos pés até o seu destino final.

A maioria das mortes durante a longa travessia atlântica era provocada pela varíola e a disenteria, outros conseguiam de algum modo praticar o suicídio negando-se a comer fosse o que fosse e alguns simplesmente, acometidos pela nostalgia, se deixavam apagar de tristeza, era o chamado banzo.

Ainda assim, mesmo com um número significativo de perdas, os lucros eram extremamente atraentes: uma peça adquirida na costa da África por mais ou menos 25 dólares era revendida na América, um tanto depois, por 150 dólares, e às vezes bem mais. Por conseguinte, um magote de 500 ou 700 cativos levado por um veloz "negreiro" rendia algo como U$ 7.500 a U$10.500 de uma só vez, o que fez com que o tráfico de escravos fosse um dos mais atrativos empreendimentos aos olhos dos homens de negócio europeus. Não só deles, como de reis, bispos e outros grandes senhores também, que, apesar de seus rogos de fidelidade aos céus de Jesus e às santas igrejas, não refugaram em meter-se naquele “negócio do diabo”, sujo mas muito bem recompensado.

                                          ILUMINISMO E ESCRAVIDÃO

O ponto de partida intelectual deflagrador do Movimento Abolicionista na época das Luzes deu-se por meio de um capítulo de Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689-1755), intitulado da Escravidão dos Negros (L'Esprit de Lois, Livre XV, cap.6, 1748), no qual o renomado pensador ironiza, "com o pincel de Molière", como disse dele Voltaire, o fato do cristianismo dizer-se uma religião igualitária ao tempo em a sociedade de um modo geral convivia com o vergonhoso fato de que católicos e protestantes tivessem escravos ou auferissem lucros comandando o tráfico. Transatlântico. Havia uma enorme contradição, por igual, em muitos europeus estarem deslumbrados por viverem no século do Iluminismo, marcado por notáveis avanços tecnológicos (a máquina-a-vapor, o para-raios, o tear mecânico, etc..) ao tempo em que, a maioria deles, aceitava pacifica e acriticamente a exploração brutal dos negros nas colônias do ultramar.

Louis de Jaucourt (1704-1779), homem sábio, de múltiplos conhecimentos, encarregado do verbete "Tráfico de Negros" da edição de 1776, condenou-a com veemência, denunciando-a como uma aberta violação "da religião, das leis naturais, e de todos os direitos da natureza humana". Voltaire (1696-1778), por sua vez, no verbete "Escravidão" de 1764, afirmou ironicamente que bastava perguntar-se mesmo ao mais miserável dos reduzidos ao cativeiro, ao mais carcomido deles, se preferiam a liberdade ou não, para ter-se uma posição definitiva sobre o problema. A Razão, portanto, repudiou a continuidade da Escravidão, sendo que coube a ele a clarar para o mundo, como se fora um potente farolete, as condições bárbaras que imperavam nos porões dos negreiros e nas senzalas das lavouras americanas.

Alguns instrumentos legais podem minimizar a situação do racismo no Brasil. Segundo o Estatuto da Igualdade Racial, de autoria do senador Paulo Paim (PT/RS) e aprovado em novembro deste ano, o Brasil terá que praticar ações afirmativas, o que significa cotas para afrodescendentes na educação, no mercado de trabalho, nos meios de comunicação.

Se o Brasil não fizer nada, vai continuar botando culpa na escravidão, que já acabou há mais de 100 anos, e não pode mais ser usada como desculpa. Depois da escravidão, houve conivência do poder estatal com a discriminação racial. Então, o Estado que escravizou é o mesmo Estado que tem que fazer política de promoção da igualdade racial, salienta a deputada estadual Jurema Batista.

Na pesquisa Perfil Social das 500 Maiores Empresas, realizada pelo Instituto Ethos e pela Fundação Getúlio Vargas no ano de 2003, fica claro que a política de cotas deu resultados, no caso dos deficientes.

A manutenção de programa especial para contratação de pessoas com deficiência é a política afirmativa mais difundida e praticada por 32% das empresas. É provável que essa ampla adesão se deva não apenas à legislação existente para garantir a inclusão de pessoas com deficiência, mas, também, ou principalmente a uma mudança de mentalidade, com a crescente valorização da responsabilidade social, diz o relatório.

No caso dos negros, ainda é preciso que o indivíduo seja extremamente capacitado para ganhar uma disputa e, mesmo assim, os comentários contêm uma pitada de maldade.

O compositor e historiador Nei Lopes – que é também militante do movimento negro e aos 63 anos recebeu do presidente Lula e do Ministro da Cultura, no dia 8 de novembro, a Ordem do Mérito Cultural pelo conjunto de sua obra -, chama atenção para a nova estética que chegou ao cinema depois do filme Cidade de Deus: negro que vende, que dá bilheteria, é negro de atitude, ou seja, de revólver na mão.

E, na música, negro que vende milhões de cópias é só aquele que se alinha com a indústria pop transnacional – até mesmo fingindo que contesta o sistema, como é o caso dos rappers e hip-hoppers; samba, por exemplo, é coisa de preto velho e pobre, explica. Na sua 16ª obra, Kitábu, o livro do saber e do espírito negro-africanos, Nei faz uma espécie de breviário da filosofia e das religiões africanas e afro-originadas.

No caso das pessoas brancas, há um outro problema: muita desinformação. Nem todos são racistas. Há brancos racistas, os que são solidários à nossa luta, e os que são ignorantes a essa questão, uma vez tocados, até ficam do nosso lado, disse Jurema Batista. No caso negro também. Há negros que têm raiva de negro. Mas sempre explico que a educação que recebeu, não é para que se respeite.

Se não se respeita, não se aceita como negro, não vai aceitar o outro. Ninguém diz: ‘você é inferior’, apenas negam a sua cultura, a sua identidade e só te reconhecem como escravo. O único papel de relevância que nós somos reconhecidos na história brasileira é como escravos, complementa Ivanir dos Santos, secretário-executivo do CEAP (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas).

Ivanir é também responsável por um dos mais importantes projetos de valorização dos afro-descendentes: o Projeto Camélia da Liberdade. Algumas entidades foram homenageadas porque tiveram política de ação afirmativa. Não ano passado, ganharam cinco empresas:

ABN Banco, IBM, Du Pont, Camisaria Colombo e a PUC – pela Uneb – Universidade Estadual da Bahia. O projeto continua. Estamos concluindo agora seis cadernos, publicações sobre história de personalidades negras, além de contribuições em várias áreas.

Um concurso de redação sobre a contribuição do negro na sociedade e política de ação afirmativa, em 500 escolas públicas e particulares, será lançado em fevereiro.

No último dia 22 de novembro, Ivanir participou de uma marcha em Brasília pedindo a anistia do marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibata – que eclodiu em 22 de novembro de 1910 – e lutando também para que a Petrobras colocasse o nome dele em um de seus navios.

A Marinha resiste, nós sabemos. Mas não vamos abrir mão deste herói negro. Continuamos a luta, talvez ainda seja preciso mais 100 anos para que todos se acostumem a nos ver em condições de igualdade, concluiu Ivanir.

O racismo é a tendência do pensamento, ou o modo de pensar, em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras, normalmente relacionando características físicas hereditárias a determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade a alguns de acordo com a matriz racial.

A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade e ao complexo de inferioridade, se sentindo, muitos povos, como inferiores aos europeus.

Conclusão


O tráfico de escravo teve um caracter exclusivo e racista porque achavam que os europeus, os Asiático e os Ameríndios eram homens livres e não besta de carga, ao contrario dos africanos eram considerados besta de carga e não deviam ter liberdade, por isso deveriam ser considerado como os únicos escravos.